Texto do Psicoterapeuta Flávio Gikovate: Reflexões sobre o feminino !
Quando publico estes textos,o objetivo é ajudar as pessoas a se conhecerem a partir do aspecto biológico !
As moças percebem que dispõem de um importante poder de atração sobre os homens já nos primeiros anos da puberdade e adolescência. Com o crescer dos seios e o arredondar dos quadris elas passam a chamar a atenção e a atrair um determinado tipo de olhar diferente daquele que estavam acostumadas a receber durante os anos da infância. Trata-se de uma descoberta complexa, que pode ser entendida como a que determina a perda da ingenuidade. A ingenuidade não é perdida, segundo creio, quando um menino ou menina descobrem como nos reproduzimos e sim quando percebem – e as meninas parece que saem na frente nesse aspecto – que existe um complexo jogo de poder entre os sexos e que a vida sexual não pode ser praticada com a simplicidade com que as crianças "brincam de médico". A descoberta do poder sensual por parte das moças leva muitas delas a um estado de timidez, de retraimento, sendo que algumas entram mesmo em pânico. Elas percebem que atraem os homens e isso as excita muito. Aquelas que sentirem medo da própria excitação, muito intensa e um tanto inesperada, ficarão totalmente inibidas naquelas situações propícias para provocá-los. O que farão? Tentarão minimizar seus poderes através do uso de roupas extremamente recatadas, ganhando peso, se tornando particularmente retraídas, etc. Na realidade, não aprenderam nem a "domesticar" seus impulsos sexuais e tampouco a instrumentalizá-los. Passam a sentir-se à mercê deles, ficam reféns de sua própria excitação, o que determina um estado de confusão psíquica capaz de gerar sintomas como os acima descritos, entre outros.
Um certo grupo de moças aprende a lidar com sua própria sexualidade; elas passam a ter controle sobre esse instinto e perdem o medo de serem "desencaminhadas" por causa dele. Tal temor era mais intenso no passado, quando eram muito intimidadas por seus pais quanto às peculiaridades do sexo. Hoje, ao contrário, as de 13 anos "ficam" com os rapazes da mesma faixa etária nas festas e, através dessa sadia experiência, vão aprendendo a sentir a excitação sexual sem medos e sem receio de perder o controle sobre si mesmas. Aprendem isso por meio das sensações tácteis que as trocas de carícias determinam; notam que a excitação determinada por olhares de desejo não são de natureza diferente, de modo que perdem a ingenuidade e parte do medo que eventualmente experimentaram pelo fato de terem crescido e se tornado atraentes, e com isso aprendem a lidar com sua sexualidade. Percebem que muitas moças podem usá-la como arma de sedução e de humilhação em relação aos rapazes, mas nem sempre seguem por esse caminho.
Um outro grupo de moças, nada pequeno, percebe o poder que elas têm aos olhos dos homens, o qual será tanto maior quanto mais forem capazes de se vestir e de se comportar de determinados modos que eles sintam como particularmente excitantes. A excitação que isso lhes causa pode provocar uma certa perturbação íntima, mas aprendem a sentir mais prazer em provocar o desejo do que em sentir qualquer tipo de excitação sexual que não seja aquela derivada do exercício da vaidade. Para elas, despertar o desejo dos homens, tê-los rendidos aos seus pés torna-se o mais importante. Nesse caso, existe o benefício simultâneo de dois componentes do processo: a vaidade e o desejo agressivo; o ingrediente vingativo e invejoso passa a participar ativamente do fenômeno sexual. Aliás, é por razões dessa ordem que ainda temos muito que pensar sobre a dramática associação, presente, em doses variadas, em quase todos nós, entre sexualidade e agressividade. Para tais moças, como regra as mais atraentes, o poder sensual se torna um instrumento de dominação, humilhação e uma arma muito poderosa. Sim, porque sabemos o quanto os homens são sensíveis a esse tipo de encanto.
Não posso deixar de registrar um importante subproduto derivado desses processos psíquicos tipicamente femininos e que têm a ver com o poder que, sem muito esforço, passam a ter a seu dispor. Surge uma importante e grave tendência, na maioria das moças mais atraentes, a se acomodarem na condição privilegiada que a natureza lhes criou. São muito bem-sucedidas socialmente, assediadas, convidadas para muitas festas e sempre muito bem recebidas pelos rapazes; tudo em virtude de suas propriedades inatas, de sua aparência física. Elas sabem que o mundo se curva aos seus pés, e que isso acontece mesmo que não façam nenhum esforço. Têm acesso ao que é tido como o que há de melhor sem ter que fazer outra coisa senão existir e se manter atraentes. Poucas são as que compreendem, na mocidade, que tais propriedades não durarão mais que umas poucas décadas e que seria importante que cultivassem outras prendas, tanto morais como intelectuais, capazes de gerar competências práticas que pudessem torná-las criaturas verdadeiramente independentes e produtivas. Julgam-se muito espertas porque têm tudo "de mão beijada" e não percebem que estão construindo um futuro muito sombrio para si mesmas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário